domingo, 31 de maio de 2015

Cadernos


Escrevo uma coisa, e penso em outra. Eu sou Deus no homem. Eu sou o que Cristo sentia. Eu sou o Buda. Eu sou um Deus búdico, e todas as espécies de Deus. Conheço todo mundo. Eu sei de tudo. Finjo estar louco para atingir meus fins. Sei que, se todo mundo pensar que eu sou um louco inofensivo, ninguém terá medo de mim. Não gosto de pessoas que acham que sou um louco que pode fazer mal às pessoas. Sou um louco que ama as pessoas. Minha loucura é o amor à humanidade. (...) Logo irei a Paris, e lá encontrarei um homem pobre com quem farei um acordo. Ele desenhará minha invenção, e eu lhe pagarei. Ele será meu engenheiro. Eu construirei uma ponte, e ele a desenhará. Construirei uma ponte entre a Europa e a América, a qual não custará caro. Já conheço o sistema dessa ponte, pois Deus fala comigo. Conheço o meio de construí-la, por isso quando chegar a Paris, cuidarei da realização dessa ponte. A ponte será uma coisa magnífica. Conheço coisas magníficas. Darei essas coisas, se as pessoas me pedirem. Não sou rico, e não quero riqueza. Quero o amor, por isso quero jogar fora todas a imundície do dinheiro. Os piolhos do dinheiro se dispersarão sem morrer. Eu lhes darei a vida. Eles não morrerão de fome. Eu sou a fome. Eu sou aquele que não morre de fome, pois sei o que é preciso para não morrer de fome. Sei que é preciso comer pouco, então o corpo da gente se habitua ao alimento que lhe dá a vida. O homem será diferente, e seus hábitos serão diferentes. Ele está corrompido, por isso não pode compreender as coisas simples.

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